Reabilitação de moradia II

Propõe-se manter a memória visual do edifício, nomeadamente no que diz respeito ao seu alçado a sudoeste, que confina com o caminho público, mantendo a parede completamente cega, pintada de branco, onde apenas se destaca o portão de entrada para o terreno, num muro contíguo à casa. Assim, a casa, manter-se-á “aberta” apenas para o terreno onde se integra.

Quando às alterações interiores propõe-se manter o espaço amplo criando apenas condições para instalar uma casa de banho resguarda e sem ligação directa ao espaço destinado a sala/kitchnet. Este acesso à casa de banho contempla ainda o acesso ao quarto e aos arrumos na mezanine por cima do mesmo. Estes acessos são feitos por escadas de madeira uma vez que qualquer um dos dois espaços se encontra numa cota diferente da cota do espaço principal da casa.

Em termos de acabamentos no interior pretende-se manter o máximo possível o carácter vernacular da casa existente mas adaptando às necessidades actuais de habitabilidade.

Relativamente ao exterior, pretende-se manter o reboco com argamassa à base de cal aérea para permitir a respiração das paredes exteriores que se pretendem manter.

As paredes serão pintadas de cor branca e os caixilhos serão cinzentos indo de encontro ao elemento de betão criando para enquadrar a janela da sala mais generosa que é agora aberta, criando ao mesmo tempo um elemento que faz lembrar os antigos “poiais” existentes junto às portas de entrada das casas alentejanas e que serviam como banco.

Apesar da necessidade de controlo térmico, entendeu-se que seria vantajoso aumentar a entrada de luz natural e ventilação criando espaços luminosos e aproveitando toda a iluminação natural possível.

No exterior, foi ainda substituído um pequeno anexo existente sem qualquer interesse a manter, por um espaço de área técnica (para equipamentos de climatização) e um espaço para barbecue e forno a lenha, não contabilizado na área de construção por se tratar de um pequeno espaço aberto.